Devemos ter oxímetro em casa?

Tempo de leitura: 3 min.
Atualizado em: 14/08/2023
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É possível medir a oxigenação de uma pessoa utilizando um oxímetro portátil, dispositivo que pode ser mantido até mesmo em casa. Mas é preciso saber como e quando usar o aparelho, já que a medição incorreta, ou em situações desfavoráveis, pode levar a resultados falsos.

A oximetria é o exame que permite medir a saturação de oxigênio do sangue, ou seja, a porcentagem de oxigênio que está sendo transportada na circulação sanguínea. Esse exame pode ser realizado utilizando um oxímetro.

Esse dispositivo pode ser acoplado ao pulso, dedo ou até mesmo ao lóbulo da orelha para fazer a medição do oxigênio na corrente sanguínea. Ele emite feixes de luz que passam através do sangue e mensuram a quantidade de oxigênio. A pessoa não sente a medição acontecer, já que ela não provoca nenhum tipo de dor ou desconforto.

Para pessoas com problemas pulmonares, como asma, fibrose ou enfisema, a oximetria é um exame muito importante. Por isso, pode ser interessante ter um oxímetro em casa. Continue lendo para saber mais!

Qual é a taxa de oxigenação ideal?

Uma pessoa jovem e saudável costuma ter oxigenação acima de 95%. No entanto, em situações de doença pulmonar aguda (como gripe, pneumonia) ou crônica (como enfisema ou fibrose), esse valor pode ser mais baixo, assim como na população idosa. 

Valores abaixo de 90% não são saudáveis em nenhuma hipótese e necessitam de avaliação médica e investigação. Diversos fatores podem provocar a queda da concentração de oxigênio no sangue. Dentre as causas possíveis de hipoxemia (oxigenação baixa), estão:

  • doenças pulmonares, como pneumonia, apneia do sono, enfisema e crise de asma;
  • doenças cardíacas, como insuficiência cardíaca;
  • doenças neurológicas; dentre outras.

A oximetria de pulso portátil funciona mesmo?

A utilização da oximetria de pulso portátil está estabelecida e consagrada no ambiente hospitalar. No entanto, em consultórios médicos ou em domicílio, sua interpretação pode não traduzir a realidade. 

Alguns cuidados devem ser levados em consideração para quem tem aparelho de oximetria de pulso e quer fazer avaliação em casa, já que algumas situações podem levar a resultados falsamente baixos, como:

  • uso de esmalte de cores escuras;
  • uso de unhas postiças;
  • extremidades frias;
  • doenças vasculares periféricas, como aterosclerose ou fenômeno de Raynaud.

Nesse fenômeno, por exemplo, os vasos sanguíneos dos dedos das mãos e dos pés se contraem excessivamente em resposta às temperaturas baixas ou estresse, acompanhadas de alterações na coloração da pele. Deve-se tomar cuidado também com aparelhos de baixa qualidade, pilha ou bateria fracas ou erros de leitura.

No geral, as leituras dos oxímetros portáteis costumam ter um bom nível de precisão, variando, em média, 2% acima ou 2% abaixo do método tradicional por punção arterial, desde que sua aferição seja feita por um tempo de pelo menos 30 segundos.

O tabagismo altera o resultado da oximetria?

É importante saber que em fumantes pode ocorrer uma leitura de saturação de oxigênio errada. Isso acontece porque o aparelho não é capaz de fazer a distinção entre as células que carregam oxigênio das que carregam dióxido de carbono. 

Uma vez que pessoas fumantes têm tendência a apresentar maiores níveis de dióxido de carbono, é possível que o valor apresentado pelo oxímetro esteja aumentado, mesmo que a quantidade de oxigênio esteja reduzida.

Vale a pena ter um oxímetro?

Em casos de Covid-19, o oxímetro pode ser utilizado para monitorização remota da oxigenação. A medição deve ser feita pelo menos uma vez ao dia, mas com uma frequência maior em caso de sintomas respiratórios, como falta de ar. 

Em condições normais, o uso do oxímetro em casa normalmente não é recomendado. No entanto, em situações de doença crônica ou em alguns casos agudos leves, o uso pode ser considerado para monitorização em domicílio das pessoas de risco, mas apenas se for indicado pelo médico.

Por isso, antes de investir no dispositivo, converse com o especialista para saber se ele é de fato recomendado em seu caso. O profissional também poderá auxiliar na escolha de um modelo confiável e dará todas as instruções para realizar a oximetria do modo correto para evitar alterações no resultado.

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Dra Thais Leibel
CRM: 178857
RQE: 65.425 - Clínica médica | 73.219 - Pneumologia
Especializada em Doenças Pulmonares Obstrutivas pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

2 comments on “Devemos ter oxímetro em casa?”

  1. Dra sigo vc no insta, lá já tirei muitas dúvidas.
    Meu neto de 8 anos tem asma.
    Hj conheci seu site, a matéria sobre oxímetro sensacional.
    Te desejo muito sucesso!

  2. Boa noite!
    Adorei o conteúdo sobre como usar o oximetro. Tenho asma grave e tinha dúvida sobre a forma correta de usar o oximetro no dedo. Obrigada pela matéria.

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