Sumário
A fibrose pulmonar se caracteriza pela formação de um tecido cicatricial nos pulmões. Ele não cumpre as mesmas funções dos tecidos saudáveis, e isso dificulta a passagem do oxigênio para a corrente sanguínea. Assim, a capacidade respiratória da pessoa se perde com o passar do tempo.
Quando sofremos uma lesão na pele, ela se regenera, mas seu aspecto nem sempre volta a ser como era antes. O modo como as células se agrupam cria tecidos diferentes, que dão origem a marcas ou cicatrizes.
Os órgãos internos têm a capacidade de se recuperar de lesões assim como a pele. Mas nem sempre o tecido que se forma consegue cumprir as mesmas funções dos tecidos saudáveis. Nos pulmões, esse é o princípio que dá origem à fibrose pulmonar.
Quer saber mais a respeito desse tema? Então continue lendo para entender o que é esse problema, quais são as suas causas, que tipo de complicação ele pode trazer e se existe tratamento.
O que é a fibrose pulmonar?
Os pulmões também podem ser lesionados. Essas lesões cicatrizam, mas o problema é que esse processo de cicatrização leva à formação de um tecido fibroso, que não consegue exercer as mesmas funções dos tecidos saudáveis desse órgão.
Essa é a fibrose pulmonar, também chamada de doença pulmonar intersticial, caracteriza-se pela cicatrização de lesões no tecido do pulmão, que alteram as características e a capacidade de funcionamento desse órgão.
Quais doenças podem causar fibrose nos pulmões?
Toda lesão sofrida pelos pulmões pode levar à formação de fibrose. Isso pode acontecer, por exemplo, devido a infecções ou inflamações pulmonares. Doenças autoimunes, como o lúpus eritematoso sistêmico e a artrite reumatoide também podem afetar o tecido pulmonar.
Esse problema pode ser desenvolvido em longo prazo devido à inalação de substâncias perigosas, como partículas de madeira, mofo, vidro, sílica, asbesto ou outras. O cigarro também aumenta as chances de desenvolver a fibrose pulmonar, assim como os tratamentos de radioterapia.
Por que a fibrose pulmonar é preocupante?
Conforme explicamos, na fibrose pulmonar, o tecido funcional dos pulmões gradativamente é substituído por um tecido cicatricial. Com o passar do tempo, isso reduz a capacidade respiratória do indivíduo.
A fibrose acomete o tecido que envolve os sacos aéreos dos pulmões (alvéolos), por isso, eles ficam mais grossos e há uma dificuldade maior para que o oxigênio consiga passar para a corrente sanguínea. Assim, conforme o tempo passa e a doença evolui, os pulmões ficam comprometidos e a capacidade respiratória se torna cada vez menor.
É por isso que a fibrose pulmonar é preocupante. Ela provoca principalmente falta de ar, que tende a se agravar conforme a doença evolui. De toda forma, ocorrem outros sintomas também, como tosse seca.
Vale ressaltar que a fibrose pulmonar não é um problema contagioso, mas um problema que se forma a partir das lesões sofridas pelo pulmão. Existe um tipo de fibrose pulmonar, a idiopática, que é ainda mais preocupante em função da agressividade e não tem cura. Nesse caso, da idiopática, a sobrevida média do paciente é de três anos, caso ele não receba o devido tratamento.
É possível tratar a fibrose pulmonar?
Até o momento, a fibrose pulmonar é uma doença que ainda não tem cura. Isso significa que uma vez que ocorre alteração nos tecidos dos pulmões, eles não podem ser regenerados e o órgão não consegue voltar ao seu estado natural.
Contudo, o tratamento pode ser adotado com o objetivo de minimizar a evolução da doença, reduzir os sintomas e aumentar a qualidade de vida. Alguns medicamentos reduzem os desconfortos da doença, como os antifibróticos.
Também são administrados corticoides e imunossupressores, quando necessário, além de remédios para refluxo gastroesofágico, já que essa doença também pode favorecer a fibrose pulmonar.
A reabilitação respiratória é um tratamento complementar que auxilia o paciente a conviver com o problema e controlar a sua própria respiração quando acontecem as crises de falta de ar. São exercícios que melhoram a capacidade física e a resistência, associados ao aconselhamento e a manobras respiratórias.
A suplementação de oxigênio é necessária quando o paciente apresenta baixa oxigenação no sangue.
Por fim, existe a alternativa do transplante de pulmão, que é a última medida adotada para o tratamento da fibrose pulmonar. Nesse caso, quando há um comprometimento severo que não apresenta boa resposta às demais terapias. No Brasil o transplante de pulmão é permitido até os 65 anos de idade.
Vale ressaltar que a fibrose pulmonar precisa de acompanhamento médico e requer um tratamento específico para cada pessoa. É muito importante seguir as recomendações dos especialistas e adotar as medidas sugeridas para ter mais qualidade de vida e conviver com a doença de uma forma mais tranquila.