Sumário
A asma é uma inflamação crônica das vias aéreas. Não existe um tratamento específico para alcançar a cura, mas é possível fazer o controle dos sintomas de forma eficaz e conviver bem com o problema. Basta seguir fielmente o tratamento e adotar alguns cuidados extras para evitar crises.
A asma é uma doença muito comum que pode afetar tanto crianças quanto adultos, mas conviver com ela não é tão difícil quanto parece. Basta seguir corretamente o tratamento recomendado pelo especialista.
Neste material você vai conferir informações importantes a respeito da asma, como cuidar ainda melhor da saúde de uma pessoa asmática e conferir os cuidados fundamentais para conviver com a doença da melhor forma. Acompanhe!
O que é asma?
A asma é uma doença caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas. É definida por um histórico de sintomas respiratórios como sibilos (chiado no peito), falta de ar, aperto no peito e tosse, que pode variar com o tempo e em intensidade.
Os sintomas se associam à alteração da função pulmonar, que pode ser avaliada por meio do exame de espirometria. Essa alteração pode ser reversível nas fases iniciais da doença, ou pode ser persistente, em fases mais avançadas.
Quais são os tipos de asma?
Atualmente, a asma pode ser dividida em fenótipos, ou seja, maneiras clínicas distintas de se manifestar. Esses tipos devem ser entendidos e investigados pelo médico, pois cada um apresenta particularidades e respostas singulares ao tratamento. Veja a seguir como a asma pode ser classificada.
Asma alérgica
É a forma mais clássica da doença. Se inicia na infância e está associada a um histórico de doença alérgica (atópica), como eczema, rinite alérgica ou alergia a comida ou medicamentos. Os pacientes respondem bem ao tratamento com corticoides inalatórios.
Asma não alérgica
É uma forma de asma que não está associada a processos alérgicos. Geralmente tem uma resposta pior aos corticoides inalatórios.
Asma com limitação ao fluxo aéreo
Pacientes com asma de longa data podem ter remodelamento brônquico, o que acarreta em uma limitação persistente ao fluxo aéreo, caracterizando esse tipo de asma.
Asma com obesidade
Existe uma correlação entre a obesidade e o surgimento ou descontrole dos sintomas respiratórios. Em alguns casos, pode ser indicada a cirurgia bariátrica, porém, mesmo perdas de 5-10% do peso com dieta e com ou sem exercícios físicos, pode levar a uma melhora no controle da asma e na qualidade de vida.
Como a asma é tratada?
O objetivo do tratamento da asma é prevenir sintomas e evitar crises, ou seja, a piora dos sintomas respiratórios que levam o paciente a usar doses extras de medicação de alívio, ou que o leve a procurar atendimento médico.
A base do tratamento da asma consiste no uso de medicações inalatórias, que podem ser de uso contínuo ou intermitente, o que é definido pelo médico. A medicação de uso contínuo deve conter pelo menos um corticoide inalatório.
O uso adequado da medicação – que consiste no uso correto do dispositivo e na aderência aos horários prescritos – é fundamental para o sucesso do tratamento. Grande parte dos quadros de asma que mantêm sintomas respiratórios mal controlados pode ser justificada pelo uso inadequado dos medicamentos.
O papel do paciente é tão ou mais importante do que o do médico no tratamento da asma. Ao médico, cabe escolher o dispositivo mais apropriado para cada paciente, explicar como usar, checar o uso em toda consulta e sanar as possíveis dúvidas.
Ao paciente, cabe não voltar para casa com dúvidas, anotar quaisquer dúvidas que possam aparecer, e dar feedback ao médico se houve ou não adaptação ao dispositivo, e se ele foi suficiente para resolver os sintomas.
A asma é considerada tratada quando não há sintomas, ou seja, não há tosse, falta de ar, chiado no peito, limitação ao esforço, necessidade de medicação inalatória extra ou despertares noturnos.
Quais outros cuidados a pessoa com asma deve ter?
A asma tem como base alguns pilares de tratamento que devem ser seguidos e que vão além do uso da medicação inalatória de forma adequada. Eles resultam em uma série de cuidados essenciais para ter mais qualidade de vida e conviver bem com o problema. Veja quais são esses cuidados.
Estar em dia com a vacinação
Além da caderneta atualizada, é de particular importância tomar as vacinas contra Influenza (anual), contra a Covid-19 e de Pneumococo (13 e 23 valente).
Manter uma alimentação adequada
Deve-se evitar a má alimentação, como aquela rica em carboidratos simples (como farinha branca e açúcar refinado), alimentos com muitos conservantes, frituras, leite, chocolate e outros alimentos muito gordurosos, e priorizar alimentos naturais, sem conservantes, frutas, legumes e verduras, além de proteínas, e alimentos ricos em ômega-3 e vitamina D.
Praticar atividade física
A atividade física frequente garante uma melhor qualidade de vida, além de ajudar no controle do peso e no tratamento da ansiedade e da depressão, que agravam a asma.
Evitar o excesso de peso
Como mencionado, a obesidade está associada à piora dos sintomas respiratórios, então deve ser evitada. A alimentação equilibrada e a prática regular de exercícios físicos contribuem para isso.
Monitorar comorbidades
Possíveis comorbidades devem ser ativamente buscadas e tratadas, uma vez que estão diretamente relacionadas com o mau controle da asma. É o caso de refluxo gastroesofágico, rinite alérgica, apneia do sono, ansiedade e depressão.
Controlar o ambiente
Algumas exposições a agentes favorecedores da asma podem ser controladas ou minimizadas, como no caso da poeira e do pó, mofo, odores fortes, produtos químicos, tabagismo, incenso, vela e perfumes.
O que fazer em caso de piora da asma?
A piora clínica da asma ocorre quando existe um surgimento ou agravamento dos sintomas de falta de ar, tosse com ou sem catarro, chiado no peito, ou aperto no peito. O ideal é que você tenha um plano de ação, com seu médico sobre o que fazer nesses casos. De maneira geral, algumas medidas podem ser adotadas.
Tenha uma medicação para alívio rápido dos sintomas em casa, que pode ser na forma de nebulização ou medicação inalatória, que deve ser orientado pelo seu médico. Caso haja alívio dos sintomas, agende uma consulta o mais breve possível.
Se não houver alívio dos sintomas após as medidas iniciais, ou se houver sinais de gravidade na crise, procure um pronto socorro o quanto antes. Os sinais que indicam gravidade são:
- cansaço;
- hipoxemia (oxigenação abaixo de 94%, medida com oxímetro);
- posição sentada com tronco para frente;
- batimento de aletas nasais;
- cianose (coloração azulada das mãos ou boca);
- dificuldade para completar uma frase inteira.
Não se esqueça de que qualquer dúvida a respeito da asma e dos cuidados que você deve ter em casa precisa ser esclarecida com o médico responsável pelo seu tratamento. Para acessar o resumo destas recomendações, acesse a Área do Paciente e realize o download do arquivo.