Bronquiectasia

Tempo de leitura: 3 min.
Atualizado em: 14/08/2023
bronquiectasia - Dra Thais Leibel
Sumário

Quando os brônquios ficam estreitos demais, o ar chega com dificuldade até os pulmões, gerando problemas respiratórios. Mas quando ocorre a situação contrária, com a dilatação dos brônquios, isso também pode provocar prejuízos para a respiração, como acontece na bronquiectasia.

O que é bronquiectasia

A bronquiectasia não-fibrose cística, ou simplesmente bronquiectasia, é uma doença pulmonar caracterizada por uma dilatação anormal dos brônquios e que não pode ser revertida. Esse problema manifesta-se devido à destruição dos componentes elásticos e musculares localizados nas paredes dos brônquios. 

Com isso, o órgão se mantém permanentemente dilatado e suscetível a um maior acúmulo de muco. Assim, aumenta os risco de infecções e inflamações pulmonares.

Todo esse conjunto de problemas danifica partes do pulmão ou provoca bloqueios que dificultam o seu funcionamento. Logo, o transporte de oxigênio é prejudicado e afeta a qualidade de vida e a saúde da pessoa.

Causas de bronquiectasia

Existem casos em que a bronquiectasia é uma condição congênita, ou seja, ela já nasce com o indivíduo, mas também pode ser adquirida ao longo da vida. Geralmente essa doença pulmonar está associada aos processos inflamatórios que acometem as vias aéreas e o parênquima pulmonar. Porém, são diversos os fatores que podem provocar a bronquiectasia.

As infecções pulmonares como a tuberculose e a pneumonia, favorecem essa doença. Isso também pode acontecer devido à Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e à asma, apesar de bem menos frequente.

É preciso que existam dois elementos para que a bronquiectasia se desenvolva, sendo uma agressão inflamatória e a outra a deficiência na depuração das secreções presentes nos brônquios. O risco de desenvolver a bronquiectasia é maior quanto pior a inflamação e/ou quando o sistema imunológico da pessoa não apresenta uma boa resposta. O processo inflamatório se perpetua e posteriormente ocorre a destruição da parede brônquica.

Podemos citar alguns fatores de risco que prejudicam de forma direta as estruturas dos brônquios e favorecem a bronquiectasia. São eles:

  • bloqueio ou obstrução das vias respiratórias provocadas pela presença de corpo estranho;
  • doenças que reduzem a imunidade orgânica, como reumatismo, retocolite ulcerativa e HIV;
  • doenças genéticas, como DCP (discinesia ciliar primária) e fibrose cística.

Sintomas e diagnóstico de bronquiectasia

A bronquiectasia é uma doença de longo prazo e que se desenvolve conforme ocorrem agressões às estruturas do pulmão. Conforme o problema se instala, ocorrem sintomas como:

  • tosse crônica, geralmente com secreção;
  • fadiga;
  • desconforto no peito;
  • infecções respiratórias de repetição (exacerbações);
  • falta de ar, até mesmo ao realizar atividades simples.

Por se tratar de uma doença crônica, a bronquiectasia também se caracteriza por períodos em que os sintomas se mostram mais acentuados. Esses sinais podem contribuir com o diagnóstico do problema, contudo, os mesmos sintomas podem ocorrer em outras doenças pulmonares. Então, a análise clínica deve ser complementada com a tomografia, exame de imagem que permite obter um diagnóstico preciso.

É muito importante, também, identificar a causa real da bronquiectasia para que o problema de base possa ser tratado, a fim de interromper a evolução da doença.

Opções de tratamento para bronquiectasia

Como existe uma grande produção de secreções e elas contribuem com a bronquiectasia, uma parte importante do tratamento dessa doença é fazer a desobstrução diária das vias aéreas, através de manobras de higiene brônquica.

Medicamentos antibióticos podem ser receitados como forma de manutenção dos casos graves da doença ou das infecções recorrentes. Porém, alguns pacientes podem precisar de cirurgia para fazer a ressecção da região afetada, quando a doença não é difusa.

Dependendo do comprometimento pulmonar, é considerado o transplante de pulmão. Mas a intervenção cirúrgica é feita apenas quando o tratamento clínico não apresenta bons resultados.

As infecções respiratórias precisam ser devidamente tratadas com o suporte de um especialista, e o tratamento deve ser cumprido à risca para que elas sejam completamente curadas. Medidas preventivas, como a administração de vacinas, devem ser adotadas para evitar as infecções recorrentes que favorecem a bronquiectasia.

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Entenda o que é a bronquiectasia, quais são os fatores de risco para o desenvolvimento dessa doença pulmonar e as opções de tratamento.

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Dra Thais Leibel
CRM: 178857
RQE: 65.425 - Clínica médica | 73.219 - Pneumologia
Especializada em Doenças Pulmonares Obstrutivas pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

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