Sumário
O pulmão é um órgão que pode ser transplantado, embora esse tipo de cirurgia não seja tão comum no Brasil quanto o transplante de fígado ou de rim, por exemplo. Essa é uma medida terapêutica muito eficaz para os casos em que a doença pulmonar está avançada e oferece risco de óbito para o paciente.
O que é o transplante pulmonar?
O transplante pulmonar é uma cirurgia em que é feita a retirada do pulmão doente de uma pessoa para que um pulmão saudável de um doador faça a substituição do órgão. Esse tipo de cirurgia ainda é incomum, e não são todos os estados brasileiros que possuem centros capazes de realizá-lo.
Contudo, é uma cirurgia que pode aumentar a sobrevida do paciente que sofre de um comprometimento respiratório muito grave, o que possibilita a recuperação da saúde e melhora da qualidade de vida.
Quando o transplante de pulmão é indicado?
Assim como acontece com outros órgãos, o transplante de pulmão não é a primeira alternativa terapêutica adotada pelos médicos. Antes de recorrer a ele, o paciente é tratado por meio de medicamentos e outras técnicas para retardar o avanço da doença de base.
Quando as condições do paciente não apresentam uma melhora suficiente para que ele tenha saúde e qualidade de vida, o transplante de pulmão é considerado. Isso porque essa é uma cirurgia muito complexa que pode acarretar complicações. E ainda, é difícil obter um órgão que atenda todos os critérios para ser doado.
De toda forma, o transplante de pulmão é feito quando ocorrem danos irreversíveis que impedem que os pulmões funcionem de forma eficaz, provendo oxigênio na quantidade ideal para o organismo da pessoa. Assim, esse tipo de transplante é feito, por exemplo, em quadros de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), fibrose pulmonar, bronquiectasia e fibrose cística.
Quem pode doar um pulmão?
Quando uma pessoa precisa passar por um transplante de rim ou de fígado, é possível obter o órgão de um doador vivo, mas isso não acontece no caso do transplante pulmonar. Não existem doadores vivos de pulmões. É preciso aguardar um doador falecido.
Portanto, os candidatos a esse tipo de transplante precisam entrar na fila, mas nem sempre é possível seguir a ordem da lista. Isso porque, quando surge um pulmão doado, ele é encaminhado para a pessoa que apresenta compatibilidade com o órgão, tamanho adequado entre doador e receptor do pulmão e mesmo tipo sanguíneo, a fim de minimizar o risco de rejeição do órgão e de outras complicações.
A dificuldade para obter um pulmão para doação está no fato de que existem diversas exigências para ser um doador. É fundamental que a pessoa nunca tenha fumado, que ela tenha menos de 55 anos de idade e que não tenha nenhuma doença pulmonar.
Como o pulmão tem contato com o mundo exterior devido à respiração, esse órgão está passível de contaminações, o que torna difícil a doação após o falecimento.
Como acontece a recuperação do paciente transplantado?
Após o transplante, o paciente precisa permanecer internado em uma unidade de terapia intensiva, pois é necessário receber ajuda de ventilação mecânica até que o pulmão transplantado consiga se adaptar ao novo ambiente e produzir oxigênio de forma natural.
É necessário administrar medicamentos para reduzir os riscos envolvidos com cirurgia, como no caso das inflamações e das infecções. Medicamentos também são fundamentais para minimizar as chances de rejeição do órgão transplantado.
Esses medicamentos são chamados de imunossupressores, e eles serão administrados ao longo de toda a vida do paciente transplantado. Ainda que exista compatibilidade sanguínea, o organismo pode entender que aquele órgão não pertence a ele, então, o sistema imunológico começa a atacar (situação chamada de rejeição).
Por isso é tão importante fazer o acompanhamento após o transplante e seguir todas as recomendações feitas pelos especialistas. Inclusive para cuidar do novo órgão, mantendo um estilo de vida saudável, sem a ingestão de bebidas alcoólicas e, muito menos, o uso de cigarro.