Não é possível reverter um quadro de Enfisema pulmonar?

Tempo de leitura: 3 min.
Atualizado em: 14/08/2023
a imagem ilustra um raio-x e em cima dele um estetoscópio e uma máscara
Sumário

O enfisema pulmonar é uma doença em que ocorre a destruição de estruturas importantes do pulmão. É uma condição crônica e progressiva, por isso, tende a se agravar com o passar do tempo se não for tratado e controlado.

Tosse crônica, falta de ar, sibilância e infecções respiratórias de repetição são os principais sintomas do enfisema pulmonar. Esse problema é uma condição grave que afeta o pulmão e que tem como causa principal o tabagismo.

Entretanto, a inalação de outros tipos de fumaça, como aquelas provenientes de queimadas ou de fogão a lenha, também podem causar prejuízos para o pulmão e contribuir para o desenvolvimento do enfisema pulmonar.

Essa doença é crônica e progressiva, logo, com o passar do tempo os sintomas se manifestam de uma maneira mais intensa e há um comprometimento severo da capacidade respiratória. Mas e se o paciente começar a fazer um tratamento? Será que é possível recuperar o pulmão doente? Neste artigo, responderemos a essa pergunta. Acompanhe!

O que acontece em um quadro de enfisema pulmonar?

Antes de tudo, é válido entender o que acontece quando a pessoa desenvolve um quadro de enfisema pulmonar. Essa condição é chamada de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e, como dito, sua principal causa é o tabagismo.

Quando acontece a inalação de fumaças tóxicas, com o passar do tempo, elas causam a destruição de uma pequena estrutura pulmonar chamada alvéolo. Um pulmão saudável contém vários alvéolos. Eles transferem o oxigênio que foi inalado para o sangue, garantindo a oxigenação de todas as células, tecidos e órgãos.

Quando essas estruturas são danificadas pelas fumaças tóxicas, elas perdem a capacidade de fazer essa transferência. O alvéolo fica repleto de ar, mas o oxigênio tem dificuldade para entrar em contato com o sangue e é exalado sem que seja aproveitado da maneira correta pelo organismo.

Também há perda de elasticidade do tecido pulmonar. Simplificando, o pulmão não consegue funcionar de maneira suficiente para garantir o aporte de oxigênio adequado para o organismo.

É possível recuperar o pulmão doente?

Conforme explicado, o enfisema pulmonar se caracteriza como uma doença crônica e progressiva. Isso significa que o quadro tende a se agravar com o passar do tempo. Infelizmente, ele não pode ser revertido.

Uma vez que acontecem os danos ou a destruição dos alvéolos, não existem tratamentos que possam promover a recuperação dessas estruturas. Sendo assim, o enfisema pulmonar, até o momento, não tem cura.

Contudo, quando a doença se encontra em seus estágios iniciais, fica mais fácil estagnar o quadro para garantir uma boa capacidade respiratória para o paciente. Por isso é muito importante que o enfisema pulmonar seja diagnosticado o quanto antes para adotar todas as medidas possíveis para não provocar mais agressões aos alvéolos.

Como é feito o tratamento do enfisema pulmonar?

Embora não seja possível reverter o enfisema pulmonar e curar os alvéolos danificados, existem tratamentos que podem reduzir a progressão da doença e até mesmo melhorar a capacidade pulmonar do paciente.

O protocolo de tratamento depende do estágio em que a doença se encontra, além dos sintomas que a pessoa está manifestando. A primeira medida adotada é eliminar por completo o contato com o agente causador do enfisema pulmonar. Assim, se a pessoa é fumante, ela precisa parar de fumar, independentemente do estágio da doença.

Em situações raras a DPOC pode ser causada por uma condição genética, a deficiência de alfa-1 antitripsina, que é uma enzima que protege o pulmão dos insultos ambientais, logo, quando há esta mutação, as pessoas podem desenvolver enfisema sem nunca ter fumado, ou enfisema desproporcional à quantidade que fumou.

As bombinhas inalatórias são grandes aliadas porque levam os medicamentos diretamente para os pulmões. As substâncias têm ação broncodilatadora, para facilitar a entrada e a saída do ar. 

Existem ainda técnicas de reabilitação pulmonar, através de fisioterapia respiratória, além de  oxigenoterapia, para os estágios mais avançados, quando há queda de oxigenação no sangue (hipoxemia). Outra possibilidade para quadros avançados é o transplante de pulmão.

Como você pode perceber, o enfisema pulmonar é uma doença muito grave e que pode levar a pessoa a óbito. Por isso, o ideal é fazer a prevenção, principalmente evitando o tabagismo e o contato constante com outros tipos de fumaça. Na manifestação dos primeiros sintomas, é fundamental procurar a ajuda de um especialista.

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Dra Thais Leibel
CRM: 178857
RQE: 65.425 - Clínica médica | 73.219 - Pneumologia
Especializada em Doenças Pulmonares Obstrutivas pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

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