Sumário

Quando fazemos um corte na pele, ela se regenera e forma uma cicatriz. Os pulmões também podem passar por esse processo de cicatrização, mas quando isso acontece, pode dar origem à fibrose pulmonar.

O que é fibrose pulmonar

Durante o processo de respiração, os pulmões precisam se expandir e se encolher. Essa "flexibilidade" é essencial para garantir a capacidade respiratória da pessoa.

Quando os pulmões sofrem algum tipo de agressão, eles podem perder essa elasticidade. Isso acontece porque as lesões em seus tecidos cicatrizam e essas cicatrizes substituem os tecidos saudáveis por outro com textura mais endurecida e que não têm as mesmas funções dos tecidos originais do pulmão.

Essas partes que perdem elasticidade podem, por fim, impedir o oxigênio de passar para a corrente sanguínea. Assim, ocorre a falta de ar, e o problema tende a se tornar cada vez mais grave se não receber tratamento, inclusive, com o risco de levar a óbito.

Causas da fibrose pulmonar

O termo fibrose pulmonar é utilizado para relatar o resultado de diferentes tipos de doenças que afetam o pulmão e que provocam a cicatrização do parênquima pulmonar. Assim, as causas da fibrose são as mais variadas.

No Brasil, a maioria dos casos de fibrose pulmonar é decorrente da pneumonia de hipersensibilidade, uma doença causada pela exposição ao mofo ou a penas de aves. A fibrose pulmonar também pode ser provocada por:

exposição a fumaça tóxicas (pneumoconioses);
silicose, um tipo de pneumoconiose provocada pelo trabalho em escavação de túneis ou em jateamento de areia;
doenças autoimunes, como artrite reumatoide e lúpus;
micose pulmonar;
outras pneumonias;
tuberculose;
Covid-19.

É importante ressaltar que existe, ainda, a fibrose pulmonar idiopática, um problema diferente da fibrose pulmonar comum. A forma idiopática da doença é um problema mais grave e com tendência à progressão, ou seja, à formação de cada vez mais tecido fibroso nos pulmões.

É uma doença preocupante porque as se formam sem que exista algum agente precursor infeccioso, inflamatório ou autoimune. Assim, o problema não apresenta uma causa aparente e continua evoluindo.

Sintomas de fibrose pulmonar

Em casos mais leves da doença, o paciente pode não apresentar sintomas e, muitas vezes, o problema é identificado de forma acidental durante a realização de exames para investigar outras condições clínicas.

Contudo, a fibrose pulmonar desencadeia as suas próprias manifestações, como tosse seca e falta de ar com intensidade de leve a grave. Quando o problema está em um estágio mais avançado, ocorrem outros sintomas, como:

cansaço excessivo;
dores musculares;
dores nas articulações;
perda de apetite;
perda de peso;
dor no tórax;
falta de ar;
pontas dos dedos e lábios arroxeados, sintoma que indica baixa oxigenação no sangue.

Opções de tratamento para fibrose pulmonar

O tratamento da fibrose pulmonar é muito importante para evitar que os pulmões parem de funcionar de forma gradativa. É preciso interromper a evolução do problema para que não haja mais formação de cicatrizes. Entretanto, a fibrose que já se formou não pode mais ser revertida.

A primeira medida adotada para evitar novas lesões e cicatrizes é eliminar o contato da pessoa com os possíveis fatores agressivos, como no caso do mofo e das penas de aves. Com isso, é possível tratar a pneumonia de hipersensibilidade.

Quando o problema está relacionado com doenças do sistema imunológico, são necessários medicamentos para imunossupressão. A fibrose pulmonar idiopática requer o uso de medicamentos anti fibróticos para reduzir ao máximo a progressão do problema.

A oxigenoterapia e a fisioterapia respiratória também podem ser necessárias. E ainda, é preciso observar o calendário vacinal contra pneumonia e influenza, por exemplo, para minimizar o risco de novas infecções e mais agressões aos pulmões.

É muito importante que a fibrose pulmonar seja diagnosticada o quanto antes para que possa ser interrompido o processo de formação de tecido fibroso, a fim de garantir mais qualidade de vida para pessoa e um bom prognóstico.