Broncoprovocação: como funciona e quando deve ser feito o teste?

Tempo de leitura: 3 min.
Atualizado em: 14/08/2023
a imagem ilustra uma mulher com um aparelho de exame na boca e com o nariz tapado, fazendo uma broncoprovocação enquanto a médica está no computador
Sumário

A broncoprovocação é um teste muito importante para diagnosticar principalmente os quadros de asma. O procedimento é feito por meio da inalação de substâncias que causam constrição dos brônquios para verificar se ocorre essa reação ou não.

Sintomas como falta de ar e tosse crônica precisam ser investigados porque podem indicar problemas respiratórios, como a asma. Um método diagnóstico importante para fazer esse tipo de investigação é a broncoprovocação.

Esse teste não é invasivo e tem um alto grau de precisão para verificar se existe hiperresponsividade brônquica, e nós preparamos este artigo para você conhecer um pouco mais sobre o procedimento.

Continue lendo para entender o que é o teste de broncoprovocação, como ele funciona, quando é preciso fazer e se existe algum tipo de contraindicação.

O que é a broncoprovocação?

A broncoprovocação é um teste que tem por objetivo analisar a resposta do sistema respiratório da pessoa quando ele entra em contato com substâncias broncoconstritoras, que são aquelas que causam estreitamento dos brônquios e dificultam a passagem do ar.

Esse teste é realizado por um profissional técnico em espirometria e qualificado pela Sociedade Brasileira de Pneumologia. É um procedimento não invasivo e de baixo risco, sendo que é esperado que provoque apenas o estreitamento dos brônquios, condição que é revertida de imediato por meio da administração de medicações broncodilatadoras.

Como o teste funciona?

O teste é realizado por meio de espirometrias seriadas. A espirometria é um exame que indica o valor do volume expiratório forçado (VEF). O paciente sopra um equipamento e ele mede o volume do ar que foi expirado.

Para iniciar a broncoprovocação, é feita uma espirometria de base. Ela será usada como referência para comparar com as demais espirometrias que serão realizadas em seguida. 

Neste primeiro exame, são feitos três sopros de qualidade. Logo em seguida, o paciente faz a inalação do agente broncoconstritor e realiza um sopro de qualidade para gerar uma nova medição do VEF. O teste dessa forma até ser feita a quinta inalação do agente broncoconstritor seguida do sopro de qualidade.

Quando a espirometria indica a queda do volume expiratório igual ou maior do que 20%, o teste é interrompido e indica que a broncoprovocação foi positiva. Quando não ocorre essa queda do VEF após a realização de todas as inalações, o teste é dado como negativo.

É importante ressaltar que quando o paciente apresenta a broncoconstrição durante o teste ele tende a sentir tosse, aperto no peito, falta de ar e chiado. Os sintomas são revertidos por meio da inalação de uma substância broncodilatadora para relaxar a musculatura e favorecer a passagem do ar mais uma vez.

Antes de liberar o paciente com resultado positivo, é realizada mais uma espirometria para ter certeza de que o valor do volume expirado voltou à condição normal.

Quando é necessário fazer o teste de broncoprovocação?

O teste de broncoprovocação é indicado para os pacientes com sintomas suspeitos de hiperresponsividade brônquica, principalmente desencadeados pela asma, como a tosse crônica sem causa aparente e a falta de ar.

O exame também é feito com o objetivo de excluir a suspeita de asma quando há sintomas duvidosos identificados pela espirometria normal, para investigar a asma ocupacional e a suspeita de broncoespasmo induzido por esforço.

Existe algum tipo de contraindicação?

Embora o teste de broncoprovocação seja seguro, ele também apresenta algumas contraindicações. Não é recomendado, por exemplo:

  • para pacientes com mais de 65 anos de idade;
  • para aqueles com obstruções das vias aéreas;
  • quando houve uma crise de asma mais recente;
  • na ocorrência de infecção no trato respiratório nos últimos quatro meses;
  • quando a hipertensão arterial não está controlada;
  • na ocorrência de acidente vascular cerebral.
  • quando há problemas cardíacos, como infarto agudo do miocárdio nos últimos três meses ou aneurisma de aorta.

Vale ressaltar que para a realização do exame também serão dadas algumas recomendações, como evitar o uso de broncodilatadores no dia do teste ou o consumo de café e cigarro. Seguir essas instruções é fundamental para garantir a precisão do teste e um diagnóstico correto.

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Dra Thais Leibel
CRM: 178857
RQE: 65.425 - Clínica médica | 73.219 - Pneumologia
Especializada em Doenças Pulmonares Obstrutivas pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

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